Ação de Execução de alimentos Novo CPC contra Espólio PN776
Características deste modelo de petição
Área do Direito: Sucessões
Tipo de Petição: Cumprimento de sentença
Número de páginas: 13
Última atualização: 27/02/2024
Autor da petição: Alberto Bezerra
Ano da jurisprudência: 2022
Doutrina utilizada: Flávio Tartuce, Rolf Madaleno, Cezar Peluso
O que se debate nesta peça processual: trata-se de modelo de petição de Ação de Execução de Alimentos (pedido de cumprimento definitivo de sentença), ajuizada contra espólio, haja vista a tratar-se de pai falecido, pela via expropriação de bens (Novo CPC, 528, § 1º c/c art. 642), aforada face de débito alimentar.
- Sumário da petição
- AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL
- I – QUADRO FÁTICO
- III – MORTE DO DEVEDOR ALIMENTAR
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 00ª VARA DE SUCESSÕES DA CIDADE
Por dep. ao proc. nº. 11.000.08.2222.0001 ( Inventário Judicial )
(CPC, art. 48 c/c art. 642, § 1º)
EXECUÇÃO DE CRÉDITO ALIMENTAR PELA VIA EXPROPRIATÓRIA
MARIA DAS TANTAS,
menor impúbere, aqui representada (CPC, art. 71) por sua genitora Joana das Quantas, solteira, secretária, inscrita no CPF(MF) sob o nº 333.222.111-00, residente e domiciliada nesta Capital, na Rua X, nº. 0000 – CEP nº. 60.666-77, com endereço eletrônico [email protected], ora intermediado por seu mandatário ao final firmado – instrumento procuratório acostado –, esse com endereço eletrônico e profissional inserto na referida procuração, o qual, em obediência à diretriz fixada no art. 77, inc. V c/c art. 287, caput, um e outro do CPC, indica-o para as intimações que se fizerem necessárias, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, com suporte no artigo 528, § 8º, c/c art. 642 e segs., da Legislação Adjetiva Civil, ajuizar a presente
AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL
ALIMENTOS – (CPC, art. 518, § 8º c/c art. 642 )
contra
ESPÓLIO” DE BELTRANO DAS QUANTAS,
esse devidamente inscrito no CNPJ(MF) sob o nº. 00.111.333/0001-44, tendo como representante legal Joana de Tal (CPC, art. 75, inc. VII), casada, dentista, inscrita no CPF(MF) sob o nº. 444.333.222-1, residente e domiciliada na Rua Y, nº. 000 – Centro – Cidade (PP) – CEP nº. 60.777-66, endereço eletrônico desconhecido, em razão das justificativas de ordem fática e de direito, abaixo delineadas.
INTROITO
( a ) Benefícios da justiça gratuita (CPC, art. 98, caput)
A Autora não tem condições de arcar com as despesas do processo, uma vez que são insuficientes seus recursos financeiros para pagar todas as despesas processuais.
Dessarte, formula pleito de gratuidade da justiça, o que faz por declaração de seu patrono, sob a égide do art. 99, § 4º c/c 105, in fine, ambos do CPC, quando tal prerrogativa se encontra inserta no instrumento procuratório acostado.
I – QUADRO FÁTICO
Depreende-se da sentença meritória, originária da 00ª Vara de Família desta Capital, que, na Ação de Investigação de Paternidade c/c Alimentos, ajuizada contra o senhor Beltrano das Quantas, que houve o reconhecimento da paternidade do falecido em relação à Autora. (doc. 01) Reconheceu-se, ainda nesse decisório, alimentos em favor da Promovente no valor de um salário mínimo.
A decisão fora confirmada pelo Tribunal de Justiça deste Estado. (doc. 02) Transitara em julgado em 00/11/2222, segundo certidão anexa. (doc. 03)
Em conta disso, em cumprimento à decisão o aludido devedor vinha pagando regularmente a pensão delimitada antes destacada. Veja, a propósito, alguns dos respectivos comprovantes de pagamentos feitos diretamente na conta corrente da Autora, regularmente no dia 5. (docs. 04/11)
Contudo, o devedor falecera no dia 00/22/0000, em face de ataque cardíaco, o que se constata do teor da certidão de óbito ora acostada. (doc. 12) Em seguida, fora aberto o devido inventário judicial e, nesse, fora nomeada como inventaria a senhora Joana de Tal, filha do de cujus. (docs. 13/14)
Em decorrência do falecimento do então devedor, a credora deixou de receber o seu pensionamento. Apesar dos esforços, os familiares sempre ponderavam, equivocadamente, que “não tinham mais responsabilidade acerca do pagamento, pois a obrigação era de seu falecido pai”.
Como de percebe, os herdeiros deram a entender -- em outras palavras (talvez até instruídos por seu advogado) -- que o crédito alimentar era personalíssimo e não era mais devido após o falecimento do devedor alimentar.
Ledo engano, jurídico e moral.
Atualmente, acumulado após a morte do então devedor, o débito em ensejo importa no montante de R$ 7.345,19 (sete mil, trezentos e quarenta e cinco reais e dezenove centavos), cuja memória do cálculo abaixo evidenciada. (CPC, 524)
( ... )
III – MORTE DO DEVEDOR ALIMENTAR
TRANSMISSIBILIDADE DA OBRIGAÇÃO AOS HERDEIROS
CC, ART. 1.700
Embora a obrigação alimentar tenha sido constituída antes da morte devedor, permanece a obrigação de prestar alimentos mesmo após o advento do falecimento daquele.
Não percamos de vista o que reza a Legislação Substantiva Civil:
CÓDIGO CIVIL
Art. 1.700 – A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art. 1.694.
Nesse diapasão, o Espólio executado passa a ter legitimidade processual passiva nesta demanda. É dizer, alberga a obrigação de prestar alimentos àquele a quem o de cujus os devia.
E, registre-se, com a regência do aludido artigo de lei, o débito alimentar em vertente abrange não só as obrigações vencidas, mas igualmente as futuras.
CÓDIGO CIVIL
Art. 1.997 – A herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido; mas, feia a partilha, só respondem os herdeiros, cada qual em proporção da parte que na herança lhe coube.
LEI DO DIVÓRCIO
Art. 23 - A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art. 1.796 do Código Civil.
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Art. 796 - O espólio responde pelas dívidas do falecido, mas, feita a partilha, cada herdeiro responde por elas dentro das forças da herança e na proporção da parte que lhe coube.
Vejamos o escólio de Rolf Madaleno acerca do dever alimentar do Espólio concernente às dívidas futuras do falecido:
Também deve ser afastada a hipótese de só serem transmitidos os alimentos porventura não pagos em vida pelo sucedido, isso porque a lei se refere à transmissão da obrigação alimentar e não do débito de alimentos do falecido, e, se não fosse assim, o artigo 1.700 do Código Civil não faria remissão ao artigo 1.694 da Lei Civil, ao dispor que a transmissão de alimentos aos herdeiros do devedor se dá na forma do citado dispositivo...
( ... )
Com o mesmo entendimento, professa Flávio Tartuce e José Fernando Simão que:
Inicialmente, dispõe o art. 1997 do CC que a herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido. No entanto, se a partilha já tiver sido feita, só respondem os herdeiros, cada qual em proporção da parte que na herança lhe coube. De qualquer forma, vale dizer que há norma semelhante no art. 597 do CPC, segundo o qual ‘o espólio responde pelas dívidas do falecido; mas, feita a partilha, cada herdeiro responde por elas na proporção da parte na herança lhe coube...
( ... )
Características deste modelo de petição
Área do Direito: Sucessões
Tipo de Petição: Cumprimento de sentença
Número de páginas: 13
Última atualização: 27/02/2024
Autor da petição: Alberto Bezerra
Ano da jurisprudência: 2022
Doutrina utilizada: Flávio Tartuce, Rolf Madaleno, Cezar Peluso
- Ação de execução de alimentos
- Direito de sucessões
- Fase de execução
- Cumprimento de sentença
- Cumprimento definitivo de sentença
- Ação de execução de título judicial
- Execução de título judicial
- Petição intermediária
- Cpc art 48
- Cpc art 642
- Cpc art 528
- Cpc art 518
- Caráter alimentar
- Alimentos
- Pensão alimentícia
- Cc art 1700
- Cc art 1694
- Cc art 1997
- Ld art 23
- Lei de divórcio
- Cpc art 796
Trata-se de modelo de petição de Ação de Execução de Alimentos (pedido de cumprimento definitivo de sentença), ajuizada contra espólio, pela via expropriação de bens (Novo CPC, 528, § 1º c/c art. 642), aforada face de débito alimentar.
A credora, menor impúbere, no ato da ação executiva fora representada por sua genitora (Novo CPC, art. 71), obtivera provimento judicial favorável em relação a Ação de Investigação de Paternidade, cumulada com pedido de alimentos.
Referida ação transitara em julgado.
O devedor alimentar se encontrava pagando regularmente no montante que fora imposto pela decisão judicial.
Sobreviera, já após o pagamento das primeiras parcelas do débito alimentar, o falecimento do mesmo. Diante disso, houvera uma interrupção nos pagamentos mensais.
A credora encontrou recusa na continuação dos pagamentos a serem feitos pelos herdeiros ou Espólio. Esses alegaram que a débito alimentar era personalíssimo, na pessoa do falecido pai e, mais, não se entendia que as parcelas vincendas seria devidas por aqueles.
Diante desse quadro, a credora tivera que ingressar em juízo, sustentando, maiormente, teses totalmente diversas dessas desenhadas pelos herdeiros.
Estipulou-se em tópico próprio, que, em embora a obrigação alimentar tivesse sido constituída antes da morte do devedor, permanecia a obrigação de prestar alimentos (Novo CPC, art. 796), mesmo após o advento do falecimento do devedor. (CC, art. 1.700 c/c art. 1.997)
Frisou-se, mais, que o aludido débito alimentar alcançaria também as parcelas futuras, ou seja, seguiam-se posteriormente à morte do devedor.
Apresentou-se memorial de débito na forma de planilha, inserta na própria peça processual. (CPC/2015, art. 524)
Requereu-se a autuação em apenso aos autos do processo de inventário (Novo CPC, art. 642, § 1º), e, levando-se em conta que a ação era promovida por menor impúbre, pediu-se a intervenção do Ministério Público (CPC/2015, art. 178, II).
Além disso, solicitou-se a intimação do Espólio, na pessoa de sua inventariante (Novo CPC, art. 619, inc. III), para que, no prazo de quinze dias, pagasse o débito exequendo, sob pena de incorrer-se no ônus financeiro previsto no caput do art. 528 do CPC/2015.
Subsidiariamente, caso não houvesse pagamento, nem mesmo pedido nesse sentido formulado ao juízo, requereu-se fosse indicados bens suficientes à penhora (Novo CPC, art. 646), e, ainda, fosse averbada a penhora no rosto dos autos (CPC/2015, art. 860).
APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. FALECIMENTO DO ALIMENTANTE. EXTINÇÃO DO FEITO. DÉBITO FIRMADO QUE PODE SER COBRADO DOS HERDEIROS. NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL DA PARTE. SENTENÇA ANULADA COM DETERMINAÇÃO DE RETORNO À ORIGEM PARA REGULAR PROSSEGUIMENTO DO FEITO. RECURSO PROVIDO, COM O PARECER.
I) Se a parte busca pagamento de débito referente à obrigação alimentar já estabelecida e devido é possível o prosseguimento da demanda em face dos herdeiros do executado. Isto porque, no caso já há um débito firmado, de maneira que ele deve ser adimplido até os limites da herança do devedor falecido. Nos termos do art. 110 do CPC, “ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou pelos seus sucessores” e, consequentemente, com aplicação do artigo 313 do mesmo Código, o qual estabelece em seu § 2º, I, que o juiz, “falecido o réu, ordenará a intimação do autor para que promova a citação do respectivo espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, no prazo que designar, de no mínimo 2 (dois) e no máximo 6 (seis) meses”. Esse o procedimento a ser adotado em caso de morte do devedor de alimentos, em atenção, inclusive, ao disposto no artigo 1.700 do CC, que determina que “a obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art. 1.694”, vale dizer, aos parentes sucessores do de cujus. II) Recurso conhecido e provido, com o parecer ministerial, para o fim de determinar a anulação da sentença e retorno dos autos à origem para realização de substituição processual, na forma prevista no artigo 313 do CPC. (TJMS; AC 0825001-14.2018.8.12.0001; Terceira Câmara Cível; Rel. Des. Dorival Renato Pavan; DJMS 01/08/2022; Pág. 104)
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